segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Lista de novas espécies de 'répteis' fósseis ibéricos no ano de 2013


Hoje fazemos um copy e paste da entrada diária do nosso blog parceiro, El Cuaderno de Godzillin, que resume numa lista, todas as novas especies de vertebrados 'reptilianos' ibéricos que deram à luz no ano de 2013. 

Deixamos aqui a lista:

Tartarugas:

  • Hylaeochelys kappa / Barril, Mafra / Eucryptodira / Jurássico Superior, Formação Freixial. (PORTUGAL)
  • Camerochelys vilanovai / La Rioja / Pancriptodira / Cretácico Inferior. (ESPANHA) 
  • Brodiechelys royoi / Morella, Castellón/ Pancriptodira / Cretácico Inferior / Formação Arcillas de Morella. (ESPANHA) 

Escamosos (lagartos, serpentes e grupos aparentados): 

  • Arcanosaurus ibericus / Viajete, Salas de los Infantes, Burgos / varanóideo / Cretácico Inferior. (ESPANHA) 


Crocodilos 

  • Anteophthalmosuchus escuchae / Ariño, Teruel / Goniopholididae / Cretácico Inferior / Albiano / Formação Escucha. (ESPANHA) 
  • Hulkepholis plotos / Ariño, Teruel / Goniopholididae / Cretácico Inferior / Albiano / Formação Escucha. (ESPANHA) 
  • Maledictosuchus riclaensis / Ricla, Zaragoza/ Thalattosuchia, Metriorhynchidae/ Jurássico Médio / Calloviano médio / Formação Ágreda. (ESPANHA) 

Dinossáurios 

  • Europelta carbonensis /Ariño, Teruel / Ankylosaruria / Cretácico Inferior / Albiano / Formação Escucha. (ESPANHA)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Novo grupo de plantas no Carbónico Superior da Bacia do Douro (Portugal) na GSA (Denver, EUA)


Já passaram dois meses, mas não podemos deixar de referir a presença do registo paleobotânico português no Encontro Anual da Geological Society of America (GSA's 125th Anniversary Annual Meeting & Exposition), que este ano decorreu nos dias 27 a 30 de Outubro de 2013 em Denver (Colorado, EUA). A Paleobotânica Portuguesa teve como embaixadores o investigador Pedro Correia do Centro de Geologia da Universidade do Porto e colaboradores, que apresentaram nova informação sobre um novo grupo de plantas do Carbónico Superior da Bacia do Douro. 

Deixamos aqui o resumo desta comunicação (em inglês):

Aphlebia Presl 1838 is described in literature as a fossil macroflora commonly found in paleobiological-paleoecological interaction with Carboniferous ferns. Aphlebia is normally connected along the main axis of the fern fronds and has a variety of irregular and pinnatifid leaves which display incomplete to little visible veins that are typically parallel. Its reproduction processes are unknown. In this study, a new Aphlebia group constituted potentially by a new species was found in the Douro Carboniferous Basin (Lower Gzhelian, Upper Pennsylvanian; Portugal) with reproductive structures preserved and documented in compression-impression material. These structures like look sporangia which are typical of the Carboniferous ferns. These new records indicate that Late Carboniferous Aphlebia may have developed an autonomous life similar to the ferns that was probably driven by the climatic changes that occurred within Central Tropical Pangea during the Permian-Carboniferous. In this presentation, we also will discuss the problems of the relationship between tectonic deformation and the fossilization state of the study material. 
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Referência

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Acheroraptor temertyorum, novo dromaeosaurídeo do Cretácico Superior dos Estados Unidos da América


Foi recentemente publicado na revista alemã Naturwissenschaften, um novo dinossáurio terópode, Acheroraptor temertyorum. Este novo achado, com a assinatura de David Evans, Derek Larson e Philip Currie, é proveniente dos sedimentos do Maastrichtiano superior da Formação Hell Creck (EUA). 

Um fragmento do maxilar direito e um dentário vêem fornecer assim importantes dados sobre este grupo de dinossáurios terópodes no Cretácico Superior Norte-americano. O maxilar direito de Acheroraptor temertyorum possui características morfológicas que ajudam a concluir que este dinossáurio terópode pertence ao grupo Dromaeosauridae, correspondendo a uma forma mais aparentada com os dromaeosaurídeos asiáticos, como Tsaagan e Velociraptor, do que com os dromaeosaurídeos Norte-americanos, sugerindo uma possível dispersão faunística entre a Ásia e Norte-América durante o Cretácico terminal. Esta nova descoberta permitiu estudar pela primeira vez as relações filogenéticas (de parentesco) dos dromaeosaurídeos do continente Norte-americano com o registo presente noutros continentes, como a Ásia. 

maxilar e dentário de Acheroraptor temertyorum

Contudo, futuros trabalhos serão necessários para clarificar as relações de parentesco de Acheroraptor temertyorum com o registo de Dromaeosauridae existente, e em consequência os cenários paleobiogeográficos propostos.


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Referências:

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Hylaeochelys kappa, nova tartaruga do Jurássico Superior de Mafra (Portugal)


Depois de Selenemys lusitanica, encontrada no conselho de Torres Vedras, o Jurássico Superior da região Oeste volta a proporcionar uma nova espécie de tartaruga fóssil, fazendo desta região um autêntico "ninho" de tartarugas fósseis. 

Adán Pérez-García (Universidad Complutense de Madrid) e Francisco Ortega (Grupo da Biología Evolutiva da Universidad Nacional de Educación a Distancia), ambos investigadores da instituição portuguesa Sociedade de História Natural (SHN), sediada em Torres Vedras, descrevem uma nova espécie  de tartaruga com base numa carapaça significativamente completa encontrada no Barril, em Mafra. 

Esquema da carapaça de Hylaeochelys kappa.

A descrição deste exemplar e a sua posterior comparação com o registo europeu de tartarugas fósseis, permitiu concluir que esta tartaruga corresponde a um novo membro basal de Eucryptodira, mas fora do grupo Plesiochelyidae, grupo de tartarugas relativamente abundante no Jurássico Superior da Península Ibérica. Com este exemplar é estabelecida uma nova espécie dentro do género Hylaeochelys, apelidada de Hylaeochelys kappa. Esta nova espécie do género Hylaeochelys, encontrada nos sedimentos do Jurássico Superior do Barril (Mafra), é a primeira e mais antiga ocorrência de este género a nível mundial. Para além da espécie portuguesa, existe uma outra espécie de Hylaeochelys, Hylaeochelys belli, pertencente ao Cretácico Inferior Britânico.

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Referência

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Associações de Amonites e Foraminíferos bentónicos de São Gião (Portugal)


Maria Helena Henriques (Faculdade de Ciências e Tecnología, Universidade de Coimbra) e Maria Canales (Facultad de Ciencias Geológicas, Universidad Complutense de Madrid) publicam recentemente na revista internacional GeoBios, nova informação sobre as associações de foraminíferos (organismos protistas que podem segregar um pequena concha passível de fossilizar) bentónicos e amonites (cefalópodes com concha em espiral que se extinguiram à 66 milhões de anos) de São Gião, Portugal. Os afloramentos de São Gião, têm sido referência na Bacia Lusitânica (ou Lusitaniana) para a transição entre o Jurássico Inferior e Jurássico Médio (Toarciano Superior-Aaleniano Superior).


Deste local foram colectados milhares de exemplares, 447 amonites e 13,116 que foram estudados do ponto de vista taxonómico, paleoecológico e bioestratigráfico. Os foraminíferos foram particularmente úteis na hora de calibrar o momento da transição Jurássico Inferior-Médio em São Gião. As associações fósseis de foraminíferos de São Gião são ainda consideradas pelos autores como as mais diversas no âmbito da Península Ibérica, como 71 espécies identificadas.

 Com base nas associações identificadas os autores consideram que estas proveem de um paleoambiente de águas superficiais e sem influencia de águas frias, não suportando a ideia de ocorrência de um arrefecimento da água do mar no Aaleniano inferior, como tem sido defendido por outros autores.

Deixamos o resumo:
This paper describes and characterises the co-occurrence of ammonite and benthic foraminiferal assemblages across the São Gião outcrop (Central Portugal), a reference section for the Lower-Middle Jurassic boundary in the Lusitanian Basin. The upper Toarcian-lower Aalenian marls and marlylimestones in this section provide a precise and detailed ammonite-based biostratigraphic zonation, with a mixed assemblage of northwest European and Mediterranean faunal elements, associated with benthic foraminifera assemblages with northern hemisphere affinities, both correlatable with the Aalenian GSSP at the Fuentelsaz section (Iberian Cordillera, Spain). A total of 447 well-preserved ammonite specimens and 13.116 foraminifera have been studied; no evidence was detected of any taphonomic processes that could have changed the original assemblages. From a biostratigraphic point of view, the ammonite record has enabled four biostratigraphic units to be recognised (the Mactra and Aalensis subzones of the Aalensis Biozone in the upper Toarcian, and the Opalinum and Comptum subzones of the Opalinum Biozone in the lower Aalenian). With regard to the benthic foraminifera, the taxa identified have enabled the Astacolus dorbignyi Zone and 11 bioevents to be identified, most of which representing local biostratigraphic proxies. However, the increase in the relative abundance of Lenticulina exgaleata Dieni from the upper part of the Opalinum Subzone to the lower part of the Comptum Subzone has a regional value. The constant and continuous ammonite record of northwest European taxa, together with typical Mediterranean taxa – namely Grammoceratinae – throughout the section, the high relative abundance of Miliolina representatives – generally interpreted as foraminifers typical of shallow waters – and the absence of foraminiferal forms typical of cool waters, do not support the inference of cool seawater temperatures attributed to the Early Aalenian, or the global character of the ‘‘Comptum cooling event’’, at least with reference to the Lusitanian Basin.
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Referência: 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Xinjiangtitan shanshanesis, novo saurópode do Jurássico Médio, China.



Xinjiangtitan shanshanesis é nome dado a um novo dinossáurio saurópode proveniente do Jurássico Médio da Formação Qigu, em Shanshan (China). Segundo Wu et al. (2013) este saurópode alcançaria cerca de 32 a 33 metros. Este exemplar é constituído por uma sequência em articulação de vértebras cervicais posteriores, dorsais, sacrais e caudais, mais alguns elementos da cintura pélvica e da pata posterior.

Mapa de la excavación de Xinjiangtitan shanshanesis

Neste trabalho coloca-se em evidência as semelhanças existentes entre este novo saurópode com o conhecido Mamenchisaurus, também proveniente do território chinês. Com este trabalho, somamos mais uma espécie a uma extensa lista de possíveis membros do grupo Mamenchisauridae (grupos de saurópodes primitivos do Jurássico Médio-Superior asiático). Contudo, a revisão de todos estes exemplares será fulcral para uma melhor compreensão deste grupo bastante problemático.

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Referência:
  • Wu, Z.; Zhou C.; Wings, O.; Sekiya, T.; Dong, Z. (2013). A new gigantic sauropod dinosaur from the Middle Jurassic of Shanshan, Xinjiang. Global Geology, 32(3): 437-446
  • terça-feira, 10 de dezembro de 2013

    Vertebrados Fósseis Portugueses no Encontro Anual da Society of Vertebrate Paleontology, Los Angeles


    Apesar de ter passado já um mês, não podemos deixar de fazer referência ao mais importante congresso em paleontologia de vertebrados, o encontro anual da Society of Vertebrate Paleotology, que este ano teve lugar na cidade americana de Los Angeles, California.

    Fazemos aqui uma breve referência aos trabalhos apresentados neste congresso sobre o registo fóssil português (cinco trabalhos na sua totalidade). Este ano destaca-se o Jurássico Superior português, com comunicações em mamíferos e dinossáurios.
    • Brinkkötter, J., Martin, T. (2013). Molar morphology and function of Haldanodon exspectatus (Docodonta, Mammaliaformes). Journal of Vertebrate Paleontology, Program and Abstracts, 2013, 94. 
    • Jäger, K., Luo, Z., Martin, T. CT Scaning and 3D image analyses of the postcranial skeleton of Henkelotherium guimarotae (Cladotheria, Mammalia) from the Late Jurassic of Portugal and its locomotor adaptations. Journal of Vertebrate Paleontology, Program and Abstracts, 2013, 147. 
    • López-Torres, S., Silcox, M. (2013). Phylogenetic relationships of the european Paromomyidae (Primaters, Mammalia) And their biogeographic implications. Journal of Vertebrate Paleontology, Program and Abstracts, 2013, 164. 
    • Mocho, P., Royo-Torres, R., Ortega, F., Silva, B. (2013). Macronarian record from the Upper Jurassic of Portugal. Journal of Vertebrate Paleontology, Program and Abstracts, 2013, 178. 
    • Ribeiro, V., Holwerda, F., Mateus, O. (2013). Theropod egg sites from the Lourinha Formation, Portugal. Journal of Vertebrate Paleontology, Program and Abstracts, 2013, 198. 

    podem aceder ao livro de abstracts se cliquarem na imagem.

    segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

    Dicinodontes do Pérmico Superior de Moçambique


    Investigadores portugueses publicam recentemente na prestígiada revista PlosONE nova informação sobre os dicinodontes do Pérmico Superior de Moçambique (África). Rui Castanhinha (Instituto Gulbenkian, Portugal), Ricardo Araújo (Southern Methodist University, Texas) e colaboradores expõem neste estudo diversos aspectos paleobiológicos e taxonómicos deste grupo em território Moçambicano. Dicynodontia é um grupo extinto de sinápsidos (Synapsida) primitivos. Os sinápsidos foram um grupo particularmente diversificado, mas hoje apenas restam os mamíferos como representantes.

    Os autores aproveitaram ainda para descrever e estabelecer um novo taxón, Niassodon mfumukasi, membro do grupo Kingoriidae. Ao longo de este trabalho podemos encontrar uma série de imagens em CT scan, tomografia e reconstruções 3D, que permitiram efectuar uma descrição detalhada da anatomia cranial bem como da neuroanatomia de este novo táxon.

    Filogenia de Niassodon mfumukasi

    O SRµCT scan (Synchrotron Radiation Based Micro-Computed Tomography) efectuado a determinados elementos apendiculares permite identificar a presença de centros secundários de ossificação, tornando-se  assim na evidência fóssil mais antiga de este tipo de característica.

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    Referências:

    sábado, 7 de dezembro de 2013

    Walking with Dinossaurs: The Movie


    Está quase a chegar aos cinemas um novo filme de animação sobre dinossáurios, Walking with Dinosaurs. Dirigido por Neil Nightingale e Barry Cook, este filme conta a história de três pachyrhinossáurios, chamados Patchi, Scowler e Juniper. A estreia em território nacional está marcada para dia 17 de Dezembro. Deixamos o trailer e um vídeo sobre como foi desenhado a personagem principal deste filme de animação, Patchi.

     
    Trailer

    quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

    XXVII Feira de Minerais, Gemas e Fósseis, 5-8 de Dezembro

    http://www.mnhnc.ul.pt/portal/page?_pageid=418,1805682&_dad=portal&_schema=PORTAL

    Como tem sido tradição todos os anos em Lisboa, antes do Natal e do Ano Novo, realizar-se-á mais uma vez, uma das feiras de minerais, gemas e fósseis mais importantes a nível mundial, a XXVII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência.

    A ter lugar nos dias 5 a 8 de Dezembro, este ano, a feira terá como temática os cristais. É então espectável esperar milhares de exemplares com formas e geometrias exuberantes, espalhados pelas numerosas bancadas que o Picadeiro (edificio localizado a oeste do Museu Nacional de História Natural e da Ciência) albergará nos próximos dias.

     Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa

    Uma vez mais, o Museu Nacional de História Natural e da Ciência decide organizar uma das feiras de minerais mais importantes na Europa, agora na vigésima sétima edição. Este evento estriou-se pela primera vez no ano de 1998, despois de alguns anos dificeis, em parte, consequência do incêndio de 1978, que destruio parte importante do Museu Nacional de História Natural. Contudo, esta instituição, decide avançar de forma ambiciosa com a organização de uma feira internacional de minerais, gemas e fósseis, que hoje é parte fundamental da actividade cultural anual da cidade de Lisboa (Portugal). Apesar dos tempos de crise, é bom termos ainda a oportunidade de visitar mais uma vez esta magnífica feria, à qual desejamos longa vida.

    Estes dias, estaremos também presentes na XXVIII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis, promocionando um pouco nossa actividade em torno das faunas do Jurásico Superior Português.

    Deixamos em seguida um breve calendário: 
    • Horário: 5 Dezembro – das 15.00h às 20.00h; 6 e 7 Dezembro – das 10.00h às 20.00h;  8 Dezembro – das 10.00h às 18.00h 
    • Local: Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Rua da Escola Politécnica, 60. 1250-102 Lisboa
    http://www.mnhnc.ul.pt/portal/page?_pageid=418,1805682&_dad=portal&_schema=PORTAL

    Informação retirada de: http://alt-shn.blogspot.com.es/