quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Revisão do saurópode Lourinhasaurus alenquerensis na Zoological Journal of Linnean Society


O dinossáurio saurópode Lourinhasaurus alenquerensis foi alvo de uma detalhada revisão sistemática por parte de investigadores portugueses e espanhóis e recentemente publicada na revista Zoological Journal of Linnean Society. Encontrado em Moinho do Carmo (Alenquer) pelo geólogo norte-americano Harold Weston Robbins, foi publicado em 1957 por Albert de Lapparent e Georges Zbyszewski como uma nova espécie de Apatosaurus, Apatosaurus alenquerensis

Em 1998, o estudo do material clássico colectado nos anos 50 e uma nova descoberta em Porto Dinheiro (Lourinhã), possibilitou ao paleontólogo Pedro Dantas (Museu Nacional de História Natural) e colaboradores definir um novo género, Lourinhasaurus. No entanto, um ano depois, uma nova análise por parte de José Bonaparte (Museo Argentino de Ciencias Naturales) e Octávio Mateus (Museu da Lourinhã) revelou que o material descoberto em Porto Dinheiro tinha características morfológicas distintas do saurópode de Alenquer, levando assim à definição do primeiro saurópode diplodocídeo europeu, Dinheirosaurus lourinhanensis

Hoje, investigadores portugueses e espanhóis da Universidad Autónoma de Madrid, Sociedade de História Natural de Torres Vedras, Grupo de Biología Evolutiva da UNED e a Fundación Conjunto Paleontológico de Teruel-Dinópolis apresentam um novo estudo incidente no exemplar encontrado em Moinho do Carmo e depositado no Museu Geológico, museu portador de uma das maiores colecções em paleontologia da Peninsula Ibérica. Esta revisão sistemática é possível propor um nova posição filogenética que considera Lourinhasaurus como membro do grupo Camarasauromorpha, e em particular do grupo Camarasauridae, composto por Lourinhasaurus, Camarasaurus e Tehuelchesaurus.

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Referencia: 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mamíferos da Guimarota na SVP de Los Angeles


Deixamos aqui o resumo de uma das comunicações apresentadas no encontro anual da Society of Vertebrate Paleotology que se debroçou sobre o registo fóssil português, e teve como autores  Janka Brinkkötter e Thoma Martin da Universidade de Boon (Alemanha). Este encontro teve lugar na cidade americana de Los Angeles no passado mês de Novembro. O trabalho em questão focou-se no estudo de uma numerosa amostra de dentes de Haldanodon proveniente dos sedimentos do Kimmeridgiano (Jurássico Superior) da Mina da Guimarota em Leiria.

"In the history of mammalian evolution a talonid-like crushing zone in the lower molars convergently evolved up to three times before the appearance of the Tribosphenida. The most basal group with such “pseudotribosphenic” teeth are the docodonts. They possess a fairly derived dentition with a mesially situated “pseudotalonid”. To examine the dental function of Haldanodon, a large number of isolated teeth and upper and lower tooth rows from the Kimmeridgian of the Guimarota coal mine in Portugal were studied by SEM, synchrotron, and micro-CT. Wear facets were mapped and their striation recorded which served together with 3D models as the basis for an analysis of the chewing cycle with the Occlusal Fingerprint Analyser (OFA). By OFA analysis, the occlusal relationships of Haldanodonmolars were reconstructed in detail. Previous models with an occlusion of the upper molars in between the lower molars and contact of the mesial part of the upper molar with the distal part of the lower molar were confirmed. The distal part of the upper molar contacts the mesial part of the following lower molar. This implies that the “pseudoprotocone” actually occludes mesiolingually of the “pseudotalonid”. Therefore the amount of crushing occurring in the “pseudotalonid” is actually quite small. Instead, the majority of the crushing function is conducted in the distally situated “pseudotrigon” of the upper molar by cusp b of the lower molar. The OFA-analysis also revealed a considerable “overbite” in the molars of Haldanodon, with main cusp a of the lower molar occluding beyond the dental crownroot-boundary of the upper molar. This overbite is compensated by grooves in the maxilla between the upper molars. Noteworthy is also a change from mesially heavier worn molar tooth rows in juvenile specimens to distally heavier worn molar tooth rows in older specimens probably due to a distally shifted chewing focus, a relatively thin enamel layer and highly abrasive food."
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Referência:
  • Brinkkötter, J., Martin, T. (2013). Molar morphology and function of Haldanodon exspectatus (Docodonta, Mammaliaformes). Journal of Vertebrate Paleontology, Program and Abstracts, 2013, 94.
  • Foto: Castorcauda, membro do grupo Conodonta, que foi encontrado na China em sedimentos do Jurássico Médio.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Doutoramento em Diplodocídeos Norte-americanos do Jurássico Superior na Universidade Nova de Lisboa


Na passada semana foi defendida na Universidade Nova de Lisboa a Tese de Doutoramento do suíço Emanuel Tschopp que versa os saurópodes diplodocídeos do Jurássico Superior da Formação Morrison (Estados Unidos da América). Esta tese teve como objetivo abordar a história evolutiva dos diplodocídeos com especial enfoque no registo proveniente da jazida Howe Quarry localizada no estado de Wyoming. Segundo esta tese, os três espécimenes estudados de Howe Quarry poderão representar três novas espécies. Neste trabalho o autor propõe uma autêntica revolução taxonómica no grupo em questão com o estabelecimento de novos géneros assim como a recuperação de entidades taxonómicas descontinuadas posteriormente, como é o caso do género Brontosaurus

Esta tese contou como membros de tribunal o especialista em rebaquissaurídeos Fidel Fernández-Baldor (Museu de Dinosaurios, Burgos), o especialista em saurópodes Paul Upchurch (University College of London), Louis Jacobs (Southern Methodist University) e Maria Paula Diogo, João Pais, Rogério Rocha e Octávio Mateus da Universidade Nova de Lisboa. 

Emanuel Tschopp foi autor de um recente trabalho no qual estabeleceu um novo género e espécie de diplodocídeo, Kaatedocus siberi, proveniente da Morrison Formation.

Fonte: http://lusodinos.blogspot.com.es/

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Os dinossauros desapareceram todos?

Depois de algumas semanas ausentes, voltamos para iniciar este ano de 2014.

Decidimos colocar hoje um vídeo (que não é novo) no qual o paleontólogo Rui Castanhinha do Instituto Gulbenkian de Ciência (Portugal) explica as relações de parentesco entre espécies, ciência à qual chamamos Filogenia. Uma forma simples de explicar as relações evolutivas entre os organismos. Este vídeo foi gravado no âmbito do O Mundo Escola.