O dinossáurio saurópode Lourinhasaurus alenquerensis foi alvo de uma detalhada revisão sistemática por parte de investigadores portugueses e espanhóis e recentemente publicada na revista Zoological Journal of Linnean Society. Encontrado em Moinho do Carmo (Alenquer) pelo geólogo norte-americano Harold Weston Robbins, foi publicado em 1957 por Albert de Lapparent e Georges Zbyszewski como uma nova espécie de Apatosaurus, Apatosaurus alenquerensis.
Em 1998, o estudo do material clássico colectado nos anos 50 e uma nova descoberta em Porto Dinheiro (Lourinhã), possibilitou ao paleontólogo Pedro Dantas (Museu Nacional de História Natural) e colaboradores definir um novo género, Lourinhasaurus. No entanto, um ano depois, uma nova análise por parte de José Bonaparte (Museo Argentino de Ciencias Naturales) e Octávio Mateus (Museu da Lourinhã) revelou que o material descoberto em Porto Dinheiro tinha características morfológicas distintas do saurópode de Alenquer, levando assim à definição do primeiro saurópode diplodocídeo europeu, Dinheirosaurus lourinhanensis.
Hoje, investigadores portugueses e espanhóis da Universidad Autónoma de Madrid, Sociedade de História Natural de Torres Vedras, Grupo de Biología Evolutiva da UNED e a Fundación Conjunto Paleontológico de Teruel-Dinópolis apresentam um novo estudo incidente no exemplar encontrado em Moinho do Carmo e depositado no Museu Geológico, museu portador de uma das maiores colecções em paleontologia da Peninsula Ibérica. Esta revisão sistemática é possível propor um nova posição filogenética que considera Lourinhasaurus como membro do grupo Camarasauromorpha, e em particular do grupo Camarasauridae, composto por Lourinhasaurus, Camarasaurus e Tehuelchesaurus.
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